Sunday, February 01, 2009

...depois de todas as tempestades e naufrágios o que fica de mim e em mim é cada vez mais essencial e verdadeiro".

Caio Fernando Abreu .

Só quero escrever se for pra falar da vassoura.

Da porta, da água na torneira.S

ó se for pra falar do chão concreto, do telhado, do paralelepípedo, do carro.

Só escrevo pra falar da briga e desse incompreensível que é o amor.

Mas não esse amor cortês; um amor que tem cheiro e que quase parece que não existe, como são os verdadeiros.

Só se for pra escrever da conta não paga e do choro por tudo o que não é feito.

Da revista, da festa, da novela e da notícia.

Só escrevo se a linha conseguir ser maior que o cotidiano.

Só se a tinta conseguir ir além do que como.

Só então me entrego ás vassouras.

Mas às vassouras, só escrevo sobre vassouras.

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