Sunday, November 11, 2007



Eu não estava triste, estava atenta.
Eu não estava alegre, estava irônica.
Eu quis que a vida me mostrasse
todas as outras reais possibilidades.
E esfreguei os olhos pra desembaçar
o que, antes, era só neblina.
E precisei de muito tempo pra estar junto
e entender o que era só distância.
E precisei de muito tempo da presença,
pra perceber quando era ausência pura.
Eu tive muito tempo pra saber
que já era a hora da mais completa desistência.
E, reavaliando desde o início,
foi que descobri:
o que eu chamava de amor,
era só rima.
O que eu chamava de poesia,
era só vício.

(Saber a hora de ir embora é coisa que só o tempo aprimora.)


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